sábado, 25 de agosto de 2012

Coopertradição e os novos caminhos na agricultura de precisão


    As perspectivas para a Agricultura de Precisão são positivas, com possibilidades de aumento da precisão na obtenção dos resultados que contribuem para a variabilidade nas áreas agrícolas.


  O agronegócio, nos dias atuais, exige cada vez mais a excelência na tomada de decisões. Desperdícios e ineficiência diminuem os lucros e, principalmente, a vantagem competitiva. As rápidas transformações que a moderna agricultura vem sofrendo nas últimas décadas tornaram-na uma atividade altamente competitiva. Com isto o agronegócio exige dos produtores rurais um alto grau de especialização e de profissionalismo, visando aumentar a capacidade gerencial das empresas rurais.
  
   
   Associado a esta capacidade administrativa está à capacidade do produtor de coletar dados e informações relativas à sua área produtiva, com o claro objetivo de adaptar novas tecnologias a sua realidade. Isto em função dos constantes riscos a que o produtor está exposto e que definem o sucesso da produção agrícola. Desta forma, é fundamental ao moderno produtor rural ter eficiência na aplicação dos recursos disponíveis, como forma de assegurar o sucesso em sua atividade. Assim, a obtenção de informações sobre os fatores que interagem na lavoura e de como se pode maximizar os seus efeitos é crucial.

   A Coopertradição sempre em busca da apresentação de novas tecnologias que aumentem a eficiência dos produtos e das práticas agrícolas, e ainda dos processos utilizados no agronegócio, apresenta em caráter experimental um projeto piloto de agricultura de precisão. Através de uma parceria realizada com a empresa CERES, serão realizadas coletas, formação de mapas de correção e aplicação de calcário e outros fertilizantes com equipamentos em taxa variável.

   As vantagens deste sistema são de possibilitar um melhor conhecimento do campo de produção, permitindo, desta forma a tomada de decisões melhor embasadas, como:
a) Ter-se uma maior capacidade e flexibilidade para a distribuição dos insumos naqueles locais e no tempo em que são mais necessários, minimizando os custos de produção;
b) Uniformidade na produtividade é alcançada pela correção dos fatores que contribuem para sua variabilidade obtendo-se, com isto, um aumento global da produtividade;
c) Aplicação localizada dos insumos necessários para sustentar uma alta produtividade contribui com a preservação do meio ambiente, já que estes insumos são aplicados somente nos locais, quantidades e no tempo necessário. Além disto,  a agricultura de precisão propicia grandes benefícios para os seus usuários, tais como:
- Redução do grave problema do risco da atividade agrícola;
- Redução dos custos da produção;
- Tomada de decisão rápida e certa;
- Controle de toda situação, pelo uso da informação;
- Maior produtividade da lavoura;
- Mais tempo livre para o administrador;
- Melhoria do meio ambiente pelo menor uso de defensivo.

    As perspectivas para a Agricultura de Precisão são positivas, com possibilidades de aumento da precisão na obtenção dos resultados que contribuem para a variabilidade nas áreas agrícolas. As tecnologias sempre demandam ferramentas agronômicas de produção mais desenvolvidas e o sucesso da sua aplicação depende do entender agronômico do sistema de produção que se administra. Nesse caso, o conhecimento agronômico e bom senso fazem a diferença.


Fernando Bernardi
http://www.coopertradicao.com.br/noticias/index/id/142

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Vem ai a IX Reunião Sul-Brasileira De Ciência do Solo

     Núcleo Regional Sul (NRS) da SociedadeBrasileira de Ciência do Solo realizará em Lages, SC, a IX Reunião Sul Brasileira de Ciência do Solo, nos dias 08 e 09 de novembro de 2012. A programação ainda não está concluída, mas pretende-se fazer uma reunião um pouco diferente das últimas. Neste evento procuraremos reunir as Comissões das diferentes Divisões, agora nos moldes da Sociedade Internacional de Ciência do Solo e, com isso, delinear algumas prioridades a serem seguidas pelo NRS nos próximos anos. Procuraremos incentivar o debate por meio de mesas-redondas, em detrimento da apresentação formal de palestras.

   A apresentação de pôsteres será feita na tarde do último dia, com os resumos sendo publicados exclusivamente na página do NRS, na internet. No início da tarde do primeiro dia do evento, três profissionais de renomada experiência abordarão, individualmente, as prioridades futuras de pesquisa em suas áreas de atuação na região de abrangência do NRS. Pretendemos que isso sirva de base para as discussões a serem feitas individualmente pelas três Divisões que compõem a estrutura atual do NRS, por meio de mesas-redondas. Essas discussões ocuparão a parte final da tarde do dia 8 e o início da manhã do dia 9, e os temas serão definidos pelos presidentes das respectivas Divisões.

    O foco principal da reunião será, portanto, a definição de prioridades a serem incentivadas pelo NRS, ao invés da pura apresentação de resultados obtidos em projetos isolados de pesquisa.

Contamos, portanto, com vossa participação.

Direção do NRS.





segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Primeira defesa de dissertação do Programa de Pós-Graduação em Agronomia na UFSM/CESNORS


A primeira defesa de dissertação do Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Agricultura e Ambiente da UFSM/CESNORS irá ocorrer na próxima segunda-feira, dia 20 de agosto de 2012, às 9 horas, na sala 316 - bloco IV da UFSM Campus Frederico Westphalen.


O aluno Carlos Busanello defenderá o trabalho intitulado Estudo da adaptabilidade e estabilidade em híbridos simples e triplos de milho na região Sul do Brasil. A banca examinadora será composta pelos docentes Velci Queiróz de Souza – Orientador, Valmor Antonio Konflanz – Coorientador, Antonio Costa de Oliveira (UFPel), Braulio Otomar Caron e Denise Schmidt.
 

PROFESSOR DA UFSM, CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN, MINISTRA PALESTRAS EM EVENTO DE AGRICULTURA DE PRECISÃO EM BOA VISTA - RORAIMA


O professor do Departamento de Ciências Agronômicas e Ambientais da UFSM, campus de Frederico Westphalen e coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul – LAPSUL, Engº Agrº Dr. Antônio Luis Santi ministrou palestras em Boa Vista – Roraima nos dias 07, 08 e 09 de agosto de 2012. O professor Santi foi convidado pelo Ministério da Agricultura para fazer três apresentações focando a experiência do Projeto Aquárius e as tecnologias desenvolvidas no Estado do Rio Grande do Sul junto com a UFSM na área de Agricultura de Precisão.
            Além das palestras o evento que começou dia 07/08 teve visitas a propriedade de Genor Faccio, Fazenda Paraíso, situada no município de Bonfim, com plantio de arroz e soja, apresentação do Programa do MAPA, e apresentação das tecnologias desenvolvidas junto com a Embrapa, para os agricultores de arroz, soja e milho, palestra para os agricultores da Associação dos Arrozeiros de Roraima e da Cooperativa Grão Norte, envolvidas no plantio de cereais no Estado de Roraima. No dia 08/08 o publico foi agricultores em geral, Sindicatos Rurais e para os Alunos das Escolas de Agronomia da Universidade Federal de Roraima, Fares – Faculdade Roraimense de Ensino Superior, e do Curso do Agronegócio da Faculdade Estácio – Atual da Amazônia. Pela parte da tarde visita a propriedade do agricultor Afranio, situada no município de Alto Alegre, com plantio de Soja e Milho.
            No dia 09/08 a apresentação foi para os agricultores de arroz, soja e milho, fruticultura e olericultura, pessoas envolvidas no plantio de frutas, hortaliças e cereais no Estado de Roraima. Esses agricultores são atendidos pela SEAPA Secretaria de Agricultura e para a Agricultura familiar. A tarde visita ao Projeto de Irrigação do Passarão, nas propriedades dos agricultores Soichi Kato e Gevaldir Gregorato, situado no município de Boa Vista, com plantio de Fruticultura e Olericultura.
            Em uma das palestras pode-se contar com a participação do vice-governador de Roraima (e governador em exercício nessa data), senhor Chico Rodrigues. Em visita ao gabinete do vice-governador esse destacou o potencial que Roraima tem para a agricultura com produtividades de soja superior a 70 sacas por hectare e milho acima de 150 sacas. Segundo o governador, Roraima dispõe de mais de 4 milhões de hectares aptos a agricultura e conta atualmente com menos de 30 mil hectares com agricultura (contando frutas e grãos).
            “Essa foi uma grande oportunidade de mostrar o trabalho que estamos fazendo no Rio Grande do Sul e também pude vislumbrar uma grande oportunidade de negócios aos agricultores gaúchos que já empreenderam em outros estados ou que sonham com isso”, destaca o coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul – LAPSUL, Engº Agrº Dr. Antônio Luis Santi.

domingo, 19 de agosto de 2012

DISCUTINDO AGRICULTURA DE PRECISÃO – ASPECTOS GERAIS

O início da Agricultura de Precisão

     Antes mesmo da revolução industrial e do processo de mecanização da atividade agrícola, os agricultores já se mostravam capazes de reconhecer a variabilidade espacial de certas características físico-químicas e biológicas das áreas cultivadas. A própria divisão dessas áreas em talhões reflete essa capacidade de discernimento. Até então, o uso de trabalho braçal e/ou tração animal permitia aos agricultores tratar áreas com menor ou maior fertilidade ou com infestação de pragas, doenças e plantas daninhas de forma diferenciada (Fraisse, 1998).
     Atualmente, é possível identificar áreas manejadas dessa forma em numerosos locais do Brasil. Por exemplo, nas regiões coloniais do Rio Grande do Sul, com propriedades de topografia acidentada e com pequenas áreas de cultivo, é possível observar uma agricultura diversificada, em que a alocação das culturas é feita de acordo com as características de cada talhão e o produtor conhece o potencial de cada área e pratica o manejo específico em cada situação. Esse tipo de manejo, que prescinde de equipamentos de alta tecnologia, pode ser considerado também uma forma, embora empírica e muitas vezes inconsciente, de agregar maior precisão à atividade agrícola. Assim, ao contrário do que muitos pensam, os princípios da AP não são uma novidade nas áreas cultivadas intensivamente e nas quais o trabalho era realizado manualmente.
      Os fundamentos da AP moderna, segundo a literatura, surgiram em 1929, nos Estados Unidos, e foram descritos por Linsley e Bauer na circular n° 346 da Estação Experimental Agrícola da Universidade de Illinois (Goering, 1993). Nessa época, os autores haviam constatado a existência de grandes variações quanto à necessidade de calagem em determinada área e que a aplicação de calcário deveria respeitar essa variabilidade. Essa filosofia, entretanto, foi preterida em virtude do desenvolvimento de equipamentos de tração mecânica que facilitaram a aplicação de insumos em taxas uniformes. O ressurgimento e disseminação da AP, na forma em que hoje é conhecida, ocorreu somente na década de 80, quando microcomputadores,
sensores e sistemas de rastreamento terrestres ou via satélite foram disponibilizados e possibilitaram a difusão das técnicas (Balastreire, 1998).
     Os avanços iniciais nessa área foram subsidiados pela disponibilização de satélites para a localização de pontos na superfície terrestre por meio do sistema GPS. A partir daí, foram criadas e/ou reunidas numerosas ferramentas, como SIG, sensoriamento remoto, tecnologias de aplicação em taxa variada (VRT), sensores, monitores de colheita, entre outras, que auxiliaram na identificação e no manejo da variabilidade de áreas agrícolas.
      Nos primeiros dez anos, as pesquisas na área concentravam-se no desenvolvimento de sensores. Com a disponibilização do GPS − conjunto de satélites americanos que foram empregados na “guerra fria” − a partir de 1990, houve considerável incremento nas pesquisas voltadas para a AP. Em geral, todos os grandes centros de pesquisa em engenharia agrícola e agricultura estão trabalhando no desenvolvimento de técnicas de AP, e as indústrias de máquinas agrícolas têm acompanhado este desenvolvimento. Atualmente, grande número de indústrias fabricam máquinas e sistemas de controle, e há empresas especializadas no desenvolvimento de “softwares” para a AP (Mantovani & Gomide, 2000).
      A AP no mundo tem se destacado principalmente nos Estados Unidos da América, mas muitos relatos têm sido divulgados sobre o desenvolvimento da tecnologia, tanto em pesquisa como na aplicação prática, em países como Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil e Inglaterra.


João Leonardo Fernandes Pires
Gilberto Rocca da Cunha
Aldemir Pasinato
Solange França
Lisandro Rambo

sábado, 18 de agosto de 2012

Argentina, líder mundial em tecnologia de Agricultura de Precisão


            A tecnologia da agricultura de precisão (AP) começa a dar seus primeiros passos na Argentina em 1996, quando o primeiro monitor de desempenho foi colocado em operação na Estação Experimental Agrícola Manfredi INTA; desde aquela época, todas as ferramentas disponíveis para AP no país foram testadas e extensivamente estudadas. Embora atualmente não há muito a aprender sobre a interpretação e tomada de decisão com base nessa tecnologia, na Argentina são usados, com diferentes níveis de adoção, todas as ferramentas da agricultura de precisão, e todos tiveram um bom desempenho.
A tecnologia de gerenciamento na agricultura e gestão de áreas melhoraram muito nos últimos 15 anos. O Quadro 1 mostra uma visão geral na tendência de adoção de ferramentas da AP. O aumento na adoção desta tecnologia tem sido exponencial, nesse sentido, adicionando à taxa variável sólido e líquido totalizando 2.800 unidades em 2011. Estes sistemas usados podem ser do tipo hidráulica, mecânica ou elétrica.

Quadro 1: Mudanças na adoção de ferramentas de agricultura de precisão.

           Alguns produtores e fornecedores buscaram ativamente incorporar essas ferramentas como seus sistemas de gestão, outros têm sido mais passivos na adoção, mas como a tecnologia tornou-se uma parte da operação e procedimento padrão, que é incorporada como prática comum, pode-se dizer que a adoção é alta, devido a seus benefícios diretos, como a substituição do trabalho rudimentares. A tecnologia é instalada em 95% da pulverização, cobrindo 99% das áreas agricultáveis da Argentina .
           A prática da semeadura a taxa variável também vem ganhando força. Esse sistema consiste em informar a dosagem de sementes e fertilizantes, velocidade, capacidade de trabalho, densidade e a quantidade de sementes por metro de linha. Também detectar anormalidades na entrega de doses sementes abaixo ou acima do alvo. Estas vantagens causam impacto direto sobre o desempenho e, qualidade de semeadura.  
          É interessante destacar a participação no desenvolvimento e produção da indústria local, onde 30% dos monitores utilizados na AP foram desenvolvidos e fabricados por marcas diferentes na Argentina (Figura 2), onde chega-se a igualar a qualidade e benefícios das marcas importadas. Os equipamentos atualmente em operação é suficiente para monitorar o desempenho de 66% das terras aráveis ​​do país (Figura 3).

Figura 2: Evolução da adoção de ferramentas da agricultura de precisão em unidades
acumulada.
Figura 3: Evolução das terras agrícolas e percentual afetados com diferentes ferramentas.


Autores:

Ing. Agr. M.Sc. Mario Bragachini
Ing. Agr. Andrés Méndez
Ing. Agr. Juan Pablo Vélez

INTA EEA Manfredi (Unidad Ejecutora Proyecto Agricultura de Precisión y Máquinas Precisas) Ruta 9, km 636. (5988) Manfredi. Pcia. de Córdoba.

Tel: 03572 - 493039 /053 /058


Web: www.cosechaypostcosecha.org - www.agriculturadeprecision.org

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Brasil poderá superar EUA na safra de soja pela 1ª vez -USDA



     WASHINGTON (Reuters) - O Brasil poderá produzir mais soja do que os Estados Unidos e superar os norte-americanos na produção da oleaginosa pela primeira vez na temporada 2012/13, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), divulgados na sexta-feira (10).
     A projeção para safra de soja do Brasil 12/13, com plantio a partir de meados de setembro, foi elevada para 81 milhões de toneladas, ante 78 milhões da estimativa de julho, segundo o USDA.
       Já a safra de soja 12/13 dos EUA, que está no campo e sofreu os efeitos da pior seca em mais de meio século, foi reduzida para 73,26 milhões de toneladas (ou 2,692 bilhões de bushels).
      Especialistas do setor já consideravam essa possibilidade, no mês passado, o que foi confirmado pelo USDA na sexta-feira.
      A Agroconsult, por exemplo, estimou em julho que, com um plantio recorde de soja, o Brasil poderia produzir 83 milhões de toneladas, em condições climáticas normais.
    O crescimento no plantio, de mais de 10 por cento ante 2011/12, segundo a Agroconsult, deverá ocorrer com o estímulo da alta dos contratos futuros na bolsa de Chicago, referência internacional de preços, que atingiram um recorde recentemente por conta da quebra de safra nos EUA.
    A consultoria AgRural também projeta um plantio recorde de soja no Brasil, para até 28 milhões de hectares.
   Na safra 11/12, cuja colheita está encerrada, o Brasil poderia ter colhido cerca de 80 milhões de toneladas se o clima tivesse colaborado. No entanto, produziu aproximadamente 65 milhões de toneladas de soja.
    O recorde histórico de colheita da oleaginosa no Brasil foi registrado em 2010/11, quando o país produziu pouco mais de 75 milhões de toneladas.


(Por Roberto Samora)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

JORNADA DE ATUALIZAÇÃO EM AGRICULTURA DE PRECISÃO ESALQ/USP


DATAS DOS PRÓXIMOS EVENTOS
  • 10 a 14/12/12
     A Agricultura de Precisão tende a deixar de ser um tema complicado e misterioso para ser um conjunto de conceitos necessário a muitos profissionais e passa a ser uma requisição do cliente, que deseja incorporar técnicas de Agricultura de Precisão no seu empreendimento. O domínio das ferramentas envolvidas requer certa dedicação, mas oferece ao profissional um novo horizonte que lhe permite agregar técnicas gerenciais inovadoras e incorpora um novo valor ao seu conhecimento e aos serviços que presta. A ESALQ/USP tem se destacado na pesquisa, ensino e extensão nessa área e esse curso é mais uma das ações que visam difundir o tema, tratando-o de uma forma técnica e abrangente, porém sem lhe conferir complexidade desnecessária.

Realização:Departamento de Engenharia de Biossistemas, LEB - ESALQ - USP.
Instrutor:Prof. J. P. MOLIN
Local:
ESALQ/USP, Piracicaba, SP

Público alvo:
     Profissionais, de preferência com formação em nível superior (consultores, técnicos de empresas, produtores) e que atuem em sistemas de produção agropecuários e florestais.



Objetivo:

     Apresentar e discutir os conceitos de Agricultura de Precisão como um conjunto de técnicas que permitem o gerenciamento das lavouras considerando sua variabilidade espacial, envolvendo o planejamento, a coleta de dados, a geração de mapas e recomendações e a aplicação localizada de insumos, abordando as recentes inovações associadas ao tema.

Programa:
  • Introdução à agricultura de precisão: conceituação,recentesdesenvolvimentos e novas tendências. 
  • Sistemas de navegação global por satélites: GPS, GLONASS e outros sistemas, funcionamento, composição, fontes de erro, receptores, métodos de correção diferencial, utilização de receptores de navegação em aplicações agrícolas, programas computacionais para conexão, carga e descarga de dados. 
  • Sensoriamento direto e remoto: estado da arte em sensores, sensoriamento remoto e suas aplicações para avaliar a variabilidade em lavouras. 
  • Monitoramento da variabilidade espacial de atributos do solo: amostragem para a análise de características físicas e químicas do solo, métodos de amostragem, conceitos básicos de geoestatística para modelagem da variabilidade espacial, interpolações. 
  • Mapeamento da produtividade das culturas: monitores de produtividade, mapas de produtividade, uso dos mapas no gerenciamento das lavouras. 
  • Sistemas de aquisição e processamento de dados utilizando microcomputadores portáteis e programas dedicados. 
  • Sistemas de Informação Geográfica – SIG: definições, SIG para agricultura de precisão, análise e organização de dados em mapas. 
  • Aplicação localizada de insumos: análise de dados e tomada de decisões, estratégias de ação, modos de operação, equipamentos para a aplicação em taxas variáveis. 
  • Uso de GPS como guia para aeronaves agrícolas e aplicações terrestres em faixas (barra de luz), sistemas de esterçamento autônomo (piloto automático).
  • Contato com o mercado: apresentação de produtos, soluções e serviços por parte das empresas do setor.
Carga horária:
      50 h (aulas em sala, exercícios e atividades de campo)
Horário:
     O conteúdo das Jornada de AP é extenso, mas a carga horária é compatível. No entanto, exige dedicação, pois as atividades se estendem por cinco, das 08:00 às 19:15, de segunda a sexta-feira, com intervalos limitados para lanches e almoço.
Material:
      É fornecido material impresso (livro) e cópia de todos os conteúdos apresentados em CD.

                            
                                                    



Mais informações sobre inscrições e valores, favor entrar em contato com a FEALQ (www.fealq.org.br), ou falar com a Maria Eugenia (cdt@fealq.org.br ou             19 34176604      )

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Alunos do Cesnors participam de Dia de Campo com Integração Lavoura-pecuária



      
Os alunos do Centro de Educação Superior Norte do Rio Grande do Sul (Cesnors) participam terça-feira (7) pela manhã, do Dia de Campo na Fazenda Librelotto. Localizada na Linha São Marcos, no município de Boa Vista das Missões, a Fazenda Librelotto, há mais de cinco anos vem trazendo para a propriedade e região, inovações para o meio rural. Através de parcerias com diferentes órgãos públicos e privados, o local proporciona para a cidade e região novidades sobre o Trigo de Duplo Propósito, apresentação do sistema de produção da propriedade (gado de corte), manejo, resultados obtidos e demonstrações das áreas plantadas.
     O Centro de Educação Superior Norte do Rio Grande do Sul (CESNORS), de Palmeira das Missões, também é parceira do Dia de Campo, realizando pesquisas em manejo de adubação de trigo duplo propósito e avaliação de ganho de peso de gado de corte em pastejo de trigo, contribuindo para a busca de melhores resultados para a propriedade.
     A Fazenda do proprietário e administrador Ivonei Librelotto é considerada propriedade modelo pela Embrapa na região, através do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) neste local também, será implantado o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). O ILP é composto pelo cultivo de diferentes commodities agrícolas em uma mesma propriedade, por meio do sistema de rotação de culturas.
    A adubação é referente à análise de solos, a rotação ocorre com as culturas: milho, soja, milheto, trigo duplo propósito e aveia IPR 126. Durante o inverno, toda a área é cultivada com trigo e aveia, sendo ambas as espécies pastejadas pelo gado de corte. No entanto, o trigo é manejado para colher grãos e parte da área de aveia dessecada para a semeadura do milho. No verão, os animais permanecem no campo nativo.
    Segundo Librelotto, atualmente o sistema possibilita maiores resultados, antes, o método utilizado, proporcionava-lhe rendimentos negativos, hoje, consegue obter maior rentabilidade e lucratividade. Nos últimos três anos, a fazenda adquiriu uma produção média por hectare de: 63,5 sacas de soja, 154 sacas de milho e 39 sacas de trigo duplo propósito, além de produzir 280 kg de carne por hectare, com o gado de corte. Librelotto certifica, que o trigo duplo propósito é um dos principais pilares para a implantação do sistema ILP, juntamente com a rotação de culturas.


  Notícia elaborada pela Coordenadoria de Comunicação Social

domingo, 5 de agosto de 2012

Robôs agrícolas farão colheita de frutas de forma autônoma

      A alta tecnologia não é nenhuma desconhecida dos fazendeiros e da atividade agrícola, que já contam, entre outras possibilidades, com sistemas de adubação e aplicação de defensivos orientados automaticamente por GPS - cada porção da lavoura recebe os adubos na exata medida da composição do solo naqueles poucos metros quadrados. É a chamada agricultura de precisão.

Robótica na agricultura
    De olho em mais tecnologia, um grupo de agricultores dos Estados Unidos teve uma visão, na qual eles podiam contar com a robótica em suas plantações também durante a colheita. Procuraram então a empresa Vision Robotics, que foi incumbida de desenvolver robôs para a colheita de frutas, como laranjas, maçãs e peras. Foi a Vision Robotics que desenvolveu o famoso robô-aspirador Roomba.
      Não é a primeira vez que se tenta automatizar a colheita de frutas ou outros produtos agrícolas. Todas as tentativas anteriores fracassaram, com equipamentos caros e ineficientes. Segundo Derek Morikawa, que coordena o desenvolvimento deste novo projeto, os fracassos aconteceram porque as máquinas experimentais construídas anteriormente se aproximavam das árvores como um trabalhador humano faz, pegando uma fruta, guardando-a e então passando para a próxima.

Dois robôs colhedores de frutas
       A solução agora é diferente. Os engenheiros subdividiram a tarefa da colheita de frutas entre dois robôs: o primeiro localiza todas as frutas a serem colhidas e o segundo coleta cada uma delas. "Uma vez que você sabe onde todas as frutas estão, torna-se fácil calcular a forma mais eficiente de pegar cada uma delas," explica Morikawa.
      O primeiro robô é dotado de um sistema de visão artificial que rastreia toda a plantação, construindo um mapa 3-D da localização e do tamanho de cada laranja. A seguir ele calcula a melhor ordem para que elas possam ser colhidas. A informação é enviada para o segundo robô, dotado de nada menos do que oito braços. Trabalhando de forma coordenada, os braços nunca se cruzam, otimizando a tarefa de pegar todas as laranjas previstas.

Inteligência do trabalhador
      Os engenheiros afirmam que a construção da parte mecânica não oferece nenhum desafio que possa se transformar em um entrave para a viabilização dos robôs- colheitadeiras. O grande problema está em escrever o software, a inteligência dos robôs.
       Depois que o mapa 3-D estiver pronto, na forma de uma imagem digital na memória do robô, o programa deverá começar seu trabalho, respondendo a algumas perguntas cruciais - Qual é o tamanho de cada laranja? De que cor ela é? Há pontos pretos nela? A resposta a todas estas perguntas determina se cada laranja atende os parâmetros de uma laranja sadia e se ela deve ou não ser colhida. A seguir, um algoritmo extremamente otimizado determina a ordem em que os oito braços do robô-colhedor deverão ser acionados para pegar todas as laranjas ótimas no menor período de tempo.
       O "robô-olhos de águia", capaz de ver as laranjas, já está pronto e em testes. Já o "robô-polvo" somente começará a ser construído no próximo ano. Os engenheiros acreditam ser necessário ainda outros dois anos para que o sistema possa começar a substituir os trabalhadores humanos.


Robôs na agricultura - Colheita de frutas


        




   
Redação do Site Inovação Tecnológica, 2007.

sábado, 4 de agosto de 2012

Projeto APcoop nas Cooperativas Agrícolas do Rio Grande do Sul



Introdução

Nas últimas décadas, o setor agropecuário tem passado por profundas transformações. O interesse em maximizar a produção tem estimulado os produtores a adotarem práticas avançadas de manejo da cultura e do solo. A obtenção de elevados rendimentos é uma necessidade em função dos altos custos de produção e a crescente competitividade a que todos os produtores estão sujeitos no mundo a cada dia mais globalizado. No entanto, de nada adianta o produtor utilizar as mais diferentes alternativas tecnológicas, se não utilizar de forma racional os recursos disponíveis, na busca da rentabilidade de sua atividade. Portanto, as inovações tecnológicas devem vir acompanhadas de rentabilidade ao produtor.
Nesse sentido, a agricultura de precisão se propõe a aumentar a eficiência e a rentabilidade da atividade agropecuária, com base no manejo localizado respeitando a variabilidade de solo, planta e microclima existente na área (Amado & Santi, 2007). Para Dobermann & Ping (2004), a agricultura de precisão é uma forma moderna de gerenciamento da atividade agrícola que objetiva aplicar os insumos no local correto (espaço), no momento adequado (tempo), nas quantidades necessárias (quantidade) à produção e com a fonte correta, para áreas cada vez menores e homogêneas tanto quanto a tecnologia e os custos envolvidos permitam manter a rentabilidade.
Os trabalhos em agricultura de precisão têm se concentrado sobre o manejo da variabilidade de atributos químicos do solo, pois em várias situações de campo, os benefícios gerados trazem ganhos imediatos tanto na racionalização no uso de insumos como na elevação da produtividade. No entanto, muitas vezes, o entendimento dos usuários de agricultura de precisão limita-se a aplicação de insumos a taxa variada sem mesmo investigar se esse é realmente a principal causa da variabilidade da produtividade em sua área (Amado & Santi, 2007).
Em alguns casos, parece que o uso da agricultura de precisão fica atrelado como sendo privilégios de poucos produtores capitalizados devido aos custos envolvidos na amostragem intensiva de solo, análises de laboratório de solo e plantas, aquisição de distribuidores de fertilizantes à taxa variada, colhedoras equipadas com sensores de rendimento, consultoria técnica para geração de mapas, entre outros. Nesse sentido, é importante desmistificar isso e entender a agricultura de precisão como sendo uma ferramenta tecnológica de gerenciamento que pode direcionar a utilização dos fatores de produção conduzindo ao aprimoramento do manejo na busca da eficiência produtiva. O aprimoramento do gerenciamento é uma necessidade atual de todas as propriedades agrícolas, independente do seu tamanho ou capacidade de investimento. Através do melhor gerenciamento dos talhões que compõem a propriedade agrícola obtem-se maior eficiência e retorno econômico. Entretanto, é importante, segundo Pires et al. (2004), que se tenha consciência de que os benefícios esperados com a agricultura de precisão são dependentes de fatores como variabilidade encontrada em cada área, tecnologia, condições climáticas e soluções de manejo empregadas, entre outras.
Aliado a isso é imprescindível que o usuário da agricultura de precisão mantenha-se atento ao adequado manejo dos demais fatores de produção, também muito importantes na busca de eficiência e competitividade da sua atividade. O rendimento de grãos de uma cultura qualquer é o resultado da interação entre vários fatores. Alguns estudos que visam a identificar os fatores determinantes do rendimento de grãos quantificam-nos em 52, entre controláveis e incontroláveis. Destes, 45 são controláveis e sete, representados, por exemplo, por precipitação pluvial, temperatura e concentração de gases na atmosfera, somente podem ser manejados indiretamente (Tisdale et al., 1993; Summer, 2009).
A adoção massiva de novas práticas de manejo é sempre difícil, principalmente quando estas representam modificações em práticas consolidadas e tradicionais (Pires et al., 2004). Para os autores, a adoção e a disseminação do sistema plantio direto no Brasil foram marcadas por dificuldades e incertezas. A agricultura de precisão passa pela mesma situação, principalmente quando usada em condições diferentes daquela para a qual foi concebida (países desenvolvidos, agricultura subsidiada, politica agrícola definida). Adaptações e inovações são necessárias para o sucesso da agricultura de precisão em países em desenvolvimento, e acredita-se que as pesquisas participativas envolvendo produtores, empresas privadas, universidades e institutos de pesquisa são essenciais. Neste contexto, ressalta-se a importância do Projeto Aquarius (www.ufsm.br/projetoaquarius) para o avanço da agricultura de precisão no Rio Grande do Sul. Este projeto ao longo de dez anos de sua existência tem desenvolvido conhecimento e validou equipamentos e tecnologias para o Sul do Brasil.
A CCGL/Fundacep como Centro de Experimentação e Pesquisa do sistema cooperativo do Rio Grande do Sul está empenhada na busca de uma agropecuária mais sustentável, tendo sido uma das instituições que contribuiu para a adoção do plantio direto. No caso da agricultura de precisão, certamente existirão muitas limitações tecnológicas a serem superadas no processo de adoção. No entanto, acredita-se que a integração de esforços, juntamente com o trabalho desenvolvido por outras instituições, possibilitará a transferência e validação de tecnologias, que certamente contribuirão para tornar a agricultura de precisão uma realidade.

O Projeto Cooperativo de Agricultura de Precisão  – APcoop

A agricultura de precisão alia tecnologia (máquinas, equipamentos, eletrônica embarcada, geotecnologias, programas computacionais e pessoal especializado) com conhecimento. Neste sentido a CCGL/Fundacep em parceria com a UFSM (Setor de Uso, Manejo e Conservação do Solo e Água e Laboratório de Geomática) implementou um projeto de apoio visando estimular a adoção da agricultura de precisão no sistema cooperativo do RS.
Os principais objetivos do Projeto Cooperativo (APcoop) são:
  • Fornecer susbsídios técnicos ao sistema cooperativo através da realização de cursos e treinamentos em agricultura de precisão;
  • Implementar um programa de pesquisa em agricultura de precisão em áreas pilotos junto às cooperativas mantenedoras;
  • Estimular a troca de experiências e parcerias entre cooperativas e instituições.
Principais Atividades Desenvolvidas e Abrangência do APcoop
Um conjunto considerável de ações que a CCGL/Fundacep e a UFSM tem desenvolvido no programa de apoio a adoção da agricultura de precisão pelo sistema cooperativo do RS. Observou-se uma motivação significativa ao processo de adoção e a necessidade de repassar informações básicas sobre o tema. Foram realizados em 2007, 2008 e 2009, vários cursos e treinamentos, que ocorreram em módulos por assunto de interesse, abordando aspectos técnicos relativos aos procedimentos envolvidos, objetivando qualificar os assistentes técnicos das cooperativas envolvidas. Os primeiros itens desenvolvidos foram: tamanho de malha para amostragem de solo, profundidade de amostragem, tempo para reamostragem, teores críticos de nutrientes no solo, doses a serem aplicadas à taxa variada, retorno econômico, treinamento especifico com Software Campeiro 6.0 na geração de mapas de atributos de solo e de prescrições de intervenções de manejo localizado, treinamento com empresas parceiras do Projeto Aquarius em mapas de rendimento e distribuidores à taxa variada e interpretação de resultados. Adicional a isto, inúmeras palestras e dias de campo foram realizados objetivando desmistificar e esclarecer aos produtores associados das cooperativas envolvidas, o potencial que agricultura de precisão representa na atual conjuntura.
Também foram realizadas reuniões de capacitação dos departamentos técnicos das cooperativas com os professores Telmo Amado e Enio Giotto (UFSM) e o com pesquisador Jackson E. Fiorin, em Cruz Alta (RS).
Segundo a avaliação do Coordenador do Projeto APcoop, Jackson E. Fiorin, os resultados são animadores, pois até o momento, 15 cooperativas já estão estruturadas e oferecendo esta ferramenta tecnológica aos seus associados. É oportuno relatar que, anterior a isto, algumas cooperativas por iniciativa própria já tinham adotado a agricultura de precisão como uma prioridade nas suas ações e pioneiramente iniciado atividades em alguns produtores.
Além do treinamento da equipe técnica especializada em agricultura de precisão, as cooperativas investiram na aquisição de equipamentos para amostragem de solo (quadriciclos), distribuidores à taxa variada, GPS, penetrômetros (avaliar o estado de compactação do solo) e sensores de rendimento. Estes equipamentos pelo seu custo seriam inacessíveis aos pequenos produtores, porém quando adquiridos pela cooperativa, que presta esse serviço, adicionalmente aos outros serviços que já tradicionalmente oferece, se torna viável. Além disso, os pequenos produtores associados da Cotrijal (Não-Me-Toque), receberam algumas noções sobre os conceitos de agricultura de precisão e informações sobre a aplicação de fertilizantes à taxa variada, através do departamento técnico da cooperativa. Sem isso, esses produtores não poderiam ter os benefícios dos avanços tecnológicos. Outro fator que favorece o desenvolvimento da agricultura de precisão nas cooperativas é que a evolução do gerenciamento e controle das atividades agrícolas é gradativa necessitando algumas safras para que todos os fatores limitantes ao rendimento sejam minimizados. Para tanto, faz-se necessário um acompanhamento técnico freqüente ao produtor durante algumas safras. Isso é possível através dos departamentos técnicos das cooperativas.
Na Cotripal (Panambi), que iniciou os trabalhos em 2007, vários produtores relataram que suas lavouras ficaram mais uniformes. O Engo Agro Dênio Oerlecke, Supervisor da Área Técnica, explica que muitos produtores escolhem um talhão das suas áreas para experimentar a tecnologia, mas já no ano seguinte optam por expandir para os demais talhões.
Com base num levantamento de informações prestadas pelos departamentos técnicos das cooperativas vinculadas à CCGL/Fundacep, a agricultura de precisão no sistema cooperativo do RS já conta com a adesão de 894 produtores. A abrangência desse processo de adoção no sistema cooperativo pode ser melhor visualizada na Figura 1, e encontra-se distribuída em 90 municípios do RS. A área em que efetivamente já foi utilizado algum tipo de ferramenta de gricultura de precisão totaliza aproximadamente 81.556 hectares.
Figura 1. Área de abrangência da adoção da agricultura de precisão no sistema cooperativo do RS. Fundacep. Cruz Alta, RS, 2009.

A condução das áreas de pesquisas em parceria da CCGL/Fundacep e UFSM servirá de base na geração de informações, bem como tem papel importante em adaptar a tecnologia para as diferentes realidades de propriedades na área de abrangência das cooperativas, inclusive desenvolvendo conhecimento em outras áreas relacionadas. As áreas de pesquisas são constituídas normalmente em áreas de produtores, associados de cooperativas, vinculadas a CCGL/Fundacep. Até o momento são em numero de 18 áreas de pesquisa distribuídas em diferentes regiões do Estado.
A aplicação de fertilizantes à taxa variada e em tempo real utilizando sensores é um assunto ainda novo no Brasil. Através das parcerias multi-institucionais esta tecnologia está sendo avaliada em áreas de milho e trigo no RS. O conceito por trás desta tecnologia é de que as informações referentes ao estado nutricional da cultura são obtidos diretamente a campo, momentos antes da aplicação. Além disto, o número de informações que se obtém por hectare é muito elevado, podendo resultar em 250 a 300 doses de taxa variada em um único hectare de acordo com a variabilidade encontrada no campo. Outro aspecto é que não envolve análises de laboratório pois o estado nutricional é determinado indiretamente por sensores óticos. Na Figura 2 é apresentada uma das primeiras áreas no Brasil onde este conceito de fertilização foi implementado. O N-sensor foi importado da Alemanha em 2009 pela Yara e disponibilizado ao Projeto Aquarius. Um importante trabalho de engenharia entre técnicos da Yara e da Stara possibilitaram a comunicação do sensor com o distribuidor, de modo que em uma só passada na lavoura se obtenha o diagnóstico e a aplicação. Agora a pesquisa agronômica precisa comprovar a eficiência da tecnologia comparada com as tradicionais.

Figura 2. Experimento com aplicação de nitrogênio à taxa variada e em tempo real com o N-Sensor na cultura do milho. Reunidos técnicos da Stara (distribuidor de fertilizante), Yara (N-Sensor), UFSM e Fundacep (pesquisadores), Massey Ferguson e Cotrijal.


Neste programa de apoio à adoção da agricultura de precisão no sistema cooperativo, a CCGL/Fundacep viabilizou a ampliação e modernização do laboratório de análises de solo. A modernização do laboratório de solos resultou em várias melhorias na infra-estrutura, na aquisição de aparelhos de última geração e na construção de um novo laboratório análises de solos. A nova estrutura projetada objetiva ampliar o número de amostras realizadas e qualificar os seus resultados, mas, prioritariamente, propõe reduzir o tempo entre o recebimento da amostra e a emissão do laudo de análise. Esse é um fator essencial para agricultura de precisão pois o espaço entre a amostragem do solo e a intervenção à taxa variada é pequeno.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Agricultura de precisão ajuda a aumentar a produtividade no campo


     Mais de dois terços da água potável do mundo são consumidos pela agricultura, mas a tecnologia utilizada no campo está ajudando a mudar este cenário. Com a agricultura de precisão, é possível mapear o terreno, identificar as necessidades específicas de cada unidade de área, e, assim, evitar o desperdício de fertilizantes e recursos naturais, como a água. As novas tecnologias aumentam a precisão do espaçamento entre as sementes, conferem se o grão realmente foi plantado, além de identificar peculiaridades nas características de cada trecho da plantação. Os agricultores já estão atentos a essas novidades e sabem que elas podem mudar para melhor a realidade do campo.

     “A agricultura de precisão prima por gerenciar as lavouras, considerando que elas não são uniformes, nem no tempo, nem no espaço”, afirma o especialista em agricultura de precisão José Paulo Molin, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Essa variabilidade explica por que uma fazenda registra resultados tão diferentes em áreas que receberam tratamento idêntico. Tiago Maique, gerente de Desenvolvimento Tecnológico da Monsanto, lembra que, nos últimos anos, o agricultor brasileiro está experimentando um ganho na produtividade proporcionado, principalmente, pela biotecnologia e pela adoção de boas práticas agronômicas. Maique alerta que para aumentar ainda mais a produtividade no campo é preciso racionalizar o uso de insumos. “Hoje, no Brasil, já temos semeadoras que permitem variar a densidade de sementes e fertilizantes por unidade de área. Outros equipamentos medem, por exemplo, a condutividade elétrica de cada trecho com o intuito de diagnosticar características do solo que possam orientar o manejo”, explica Maique.

     Um dos objetivos da Monsanto é ajudar o agricultor a utilizar todo o pacote tecnológico para explorar o máximo potencial produtivo em cada semente. Para produzir o dobro de alimentos e conservar o meio ambiente, a empresa acredita que três pilares são fundamentais: biotecnologia, germoplasma de qualidade e boas práticas agronômicas. Pensando nisso, a Monsanto investiu na aquisição da Precision Planting – empresa baseada nos Estados Unidos que desenvolve tecnologias para agricultura de precisão. A equipe da Precision Planting fará parte da unidade de Sistemas Integrados de Produção (Integrated Farming Systems, IFS), que utiliza práticas agronômicas avançadas, genética de sementes e tecnologia inovadora de plantio para oferecer mais rendimento aos produtores com a utilização de menos recursos.

     “A aquisição da Precision Planting reforça nosso compromisso de maximizar o rendimento para os produtores, ao mesmo tempo em que otimiza os insumos da lavoura, item central na nossa visão de agricultura sustentável”, diz Robb Fraley, vice-presidente executivo de Tecnologia e cientista-chefe da Monsanto. Fraley destaca que a Monsanto, como companhia focada no aumento da produtividade, está bem posicionada para aprofundar as aplicações mais recentes de tecnologia de plantio e pretende continuar o trabalho com os distribuidores de sementes, revendedores da Precision Planting, e empresas líderes em equipamentos para alcançar esses resultados.

     Na avaliação da gerente de Estratégia da Monsanto, Ana Resende, a aquisição reforça ainda o compromisso junto aos agricultores de produzir mais, conservar mais e melhorar vidas. “Características diferentes requerem ações diferentes ligadas à sustentabilidade do negócio. É isso que a Monsanto quer proporcionar ao agricultor,” afirma.


Site: http://www.monsanto.com.br/monsantoemcampo/?p=641