A cidade de Mauá da Serra (75 km ao sul de Londrina) ganhou no dia 23 de novembro de 2012, um espaço para guardar parte importante da história da agricultura brasileira. O Museu do Plantio Direto foi inaugurado. Nele encontra-se as primeiras máquinas e implementos agrícolas usados no sistema que mudou a história do município e serviu de exemplo para a agricultura no Brasil. A Cooperativa Integrada é uma das grandes apoiadoras do Museu, que foi idealizado pelos próprios cooperados do município.
“A comunidade de Mauá da Serra foi a primeira do país a usar de forma coletiva o sistema, conseguindo mostrar claramente os seus benefícios para o solo e para a produtividade”, comenta o cooperado da Integrada Sérgio Higashibara, produtor integrante do Grupo de Desenvolvimento de Tecnologias, que encabeçou o projeto de construção do Museu junto com a Associação Cultural e Esportiva de Mauá (ACEM) e Prefeitura do município.
Os também cooperados e membros do Grupo Carlos Kamigushi e Ademar Uemura ressaltam que hoje o Sistema Plantio Direto está espalhado pelo país e é adotado em todas as atividades agropecuárias. “Ajudou a controlar a erosão, recuperou o solo, proporcionou o aumento da produção e produtividade, viabilizou a agricultura em larga escala no Cerrado, levou mais renda ao pequeno e médio produtor, conciliou a atividade econômica com a preservação do ambiente e a viabilidade da agricultura familiar”, destacam.
Uma das importantes peças do Museu do Plantio Direto é a semeadora Allis Chalmers, doada pelo produtor Herbert Bartz, pioneiro do Sistema Plantio Direto no Brasil. Ele comprou a semeadora nos Estados Unidos, para onde viajou em busca de informações sobre o sistema no-tillage (sem preparo do solo) no início dos anos 1970.
O produtor que vive em Rolândia (PR), conta que já estava “desesperado” com a situação na época. A cada chuva, ele via a terra correr rio abaixo, levando junto todo o investimento em sementes, adubos, herbicidas e, especialmente, o solo fértil. “Era preciso fazer alguma coisa”, diz ele.
Com o auxílio dos pesquisadores do então Ipeame - Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária Meridional, em especial o pesquisador Rolf Derpsch, Bartz soube que havia experiências fora do Brasil em que os produtores plantavam sobre palha.
Em maio de 1972, Bartz seguiu para uma viagem a vários países, mas foi nos Estados Unidos que ele encontrou a experiência que mais chamou sua atenção. Na Universidade de Lexington, em Kentuchy, foi recebido pelo pesquisador e extensionista Shirley Philips, que por sua vez o levou ao produtor Harry Young, em Herndon, Virgínia, que trabalhava no sistema no-tillage.
Após a visita, ele fez o pedido, nos EUA, de compra da semeadora Allis Chalmers, com oito linhas de soja e seis linhas de milho. Com ela começou o plantio de soja em uma pequena área de sua propriedade. Aos poucos, o sistema avançou, tomando toda a fazenda.
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